Coluna: Coluna do Mazzini

Leandro Mazzini é jornalista graduado na FACHA, no Rio, e pós-graduado em Ciências Políticas pela UnB. Iniciou carreira em 1996 em MG. Foi colunista do Informe JB, da Gazeta Mercantil, dos portais iG e UOL. Apresentou programas na REDEVIDA de Televisão e foi comentarista da Rede Mais/Record Minas. De Brasília, assina a Coluna Esplanada em jornais de capitais e é colunista do portal da Isto É.

Justiça militar julga caso dos ‘80 tiros de fuzil’ e duas mortes no Rio

 jose lucena/Futura Press/Folhapress
FUZILAMENTO O Ford Ka branco de Evaldo cravado de balas: ataque inexplicável dos militares a uma família indefesa Foto: jose lucena/Futura Press/Folhapress

A Justiça Militar julga nesta quarta-feira (13) 12 soldados do Exército acusados de assassinar dois inocentes no Rio de Janeiro, no episódio conhecido como o dos ’80 tiros de fuzil’.

A cena foi chocante. Soldados do Exército miraram um carro lotado com uma família – pai, mãe, filho, avó – e dispararam 257 tiros (80 tiros de fuzil) contra o veículo. Naquele dia 7 de abril de 2019, não havia bloqueio na pista nem ordem para parar na avenida em Guadalupe, bairro periférico do Rio de Janeiro.

Um homem desceu ferido do carro e morreu. Era o músico Evaldo Rosa dos Santos. Testemunha da cena, o catador de recicláveis Luciano Macedo atravessou a pista para tentar ajudá-lo e também foi alvejado. Saldo na avenida: dois inocentes mortos.

Até hoje, passados 30 meses do que a família considera assassinato de indefesos, não há explicação plausível por parte dos militares para o caso.

A Justiça Militar da União vai julgar os militares acusados pela prática de dois homicídios consumados, duas tentativas de homicídio e por omissão de socorro.

A ação penal, sob o nº 7000600-15.2019.7.01.0001 tramita na 1ª Auditoria Militar, da 1ª Circunscrição Judiciária Militar (1ª CJM), primeira instância da Justiça Militar da União, no Estado do Rio de Janeiro.

À época, questionado sobre o caso, o presidente Jair Bolsonaro classificou como “incidente” e emendou: “O Exército não matou ninguém”.